Uma das atividades que mais me dão satisfação é o de oferecer treinamentos, workshops, enfim, compartilhar conhecimento.
Isso porque, além da própria oportunidade de dividir com outras pessoas um conhecimento acumulado, pelo estudo teórico, prática e observação, são momentos de intensa troca com pessoas e profissionais de formações e histórias diferentes das minhas. É enriquecedor.
Tenho como exemplo muito forte a preparação de porta-vozes, aquele treinamento que muitos chamam de media training, mas, quando bem aplicado em um modelo adequado, ajuda os treinandos a desenvolverem habilidades essenciais para uma boa comunicação com diversos stakeholders em qualquer situação. Não é somente com a mídia.
O modelo que temos aplicado na LVBA é tão enriquecedor e completo, que sempre que concluímos uma sessão de treinamento, ouvimos elogios e observamos mudanças em posturas e atitudes dos executivos participantes. Seja em uma associação, uma empresa do agronegócio, química, varejo ou de cruzeiros marítimos. Conseguimos contribuir com o crescimento de todos.
A começar pela visão que alguns executivos têm da comunicação. Não são raros os casos nos quais iniciamos o treinamento nitidamente com profissionais que prefeririam não estar presentes por não entenderem que aquelas horas são importantes para ele. Como mágica (mas é técnica e conteúdo), no meio do treinamento já temos um grupo coeso no sentido de perceberem a importância de cada um deles na proteção e construção da reputação da marca e quanto aquele treinamento será enriquecedor para ele próprio.
Só essa mudança de pensamento já vale ouro para quem trabalha com comunicação nas empresas, pois sabe o quanto a resistência de outras áreas prejudica os resultados da própria comunicação e, consequentemente, dos negócios.
Ao final dos treinamentos, teórico e prático, é nítida a transformação da maioria daqueles chamados de “porta-vozes”, pois falam em nome da organização. Compreendem os riscos e oportunidades da comunicação interpessoal, evitam as armadilhas e buscam formas de posicionar adequadamente as mensagens prioritárias de forma que elas sejam entendidas – comunicação é o que o outro entende, não o que eu falo.
Já tive o relato de um diretor de empresa que comentou que até as conversas com a esposa passaram a fluir melhor depois do treinamento, pois aprendeu a utilizar algumas técnicas recomendadas.
Afinal, todos nos comunicamos. Mesmo calados estamos nos comunicando. O que faz a diferença é o quanto desenvolvemos essa habilidade e entendemos que sempre há espaço para a aperfeiçoar.
Já fizemos esse treinamento na mesma organização, para os mesmos executivos, mais de uma vez. Adaptamos a teoria, sem dúvida, e ajustamos a intensidade da parte prática. O resultado foi um novo patamar de qualidade desses porta-vozes.
Não há limites para o aperfeiçoamento. Como diz a frase de autor desconhecido (atribuída por alguns ao tenista John McEnroe, por outros ao jogador de golfe Tiger Woods e, por outros, a outros tantos autores): “quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho.” Na comunicação, como em tantas áreas, é melhor não contar com a sorte, mas se preparar.
A cada treinamento, a cada empresa, com cada treinando, eu aprendo e me alegro. É um dos momentos em que nossa contribuição profissional é mais nítida e imediata. Escancara que a atividade de comunicação corporativa é essencial para as organizações que têm conteúdo a ser dito e precisam estreitar seus relacionamentos.