Inteligência da Informação é coisa do passado…presente e futuro

Muito tem se falado sobre Inteligência da Informação como se fosse algo novo, originado, talvez, com a evolução da Inteligência Artificial. Essa tese não é verdadeira e vou explicar a importância e como funciona a Inteligência da Informação no aprimoramento da prevenção de riscos, aproveitamento de oportunidades e planejamento estratégico de organizações.

Em primeiro, vamos entender o que são dados (data no latim e adotado pelo idioma inglês) e informação. Uma das definições científicas diz que “dado é uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis”. Um texto é um dado, pois as letras do alfabeto são símbolos, assim como algo falado por alguém (afinal, a fala também é um combinado de símbolos), o número do CPF, faturamento da empresa, idade do comprador e assim por diante.

Isoladamente, esses símbolos combinados são considerados dados e, há muito, se usa o conceito de “banco de dados” para um ambiente (normalmente digital) onde eles são armazenados. Também não foi a Tecnologia da Informação (ou informática para os mais antigos) que inventou o conceito de banco de dados, apenas o aperfeiçoou. Quem tem mais de 40 anos talvez se lembre que os bancos anotavam os valores disponíveis nas contas correntes em cartões de papel guardados em um armário de aço. Quando havia depósito ou saque nessa conta, uma pessoa anotava a movimentação no cartão. Eram dados organizados e armazenados em um único ambiente seguro. Eram os avós dos atuais bancos de dados nas nuvens.

Muito bem. Isso são dados.

Para se ter uma informação, é necessário haver uma inteligência, pois informação é quando se organizam dados para a obtenção de algo que tenha valor e possa ser utilizado para outra finalidade. Por exemplo, se eu tiver em mãos somente a informação que meus clientes têm entre 30 e 40 anos de idade, não consigo construir uma persona. É preciso reunir uma série de dados a respeito desses clientes, selecioná-los, organizá-los e analisá-los para chegar a uma informação relevante – a buyer persona.

Assim como saber que o faturamento da empresa vem caindo mês a mês não permite tomar nenhuma decisão sábia. É preciso ter em mãos mais dados para isso.

Banco de dados desorganizado é somente um “bando” de dados.

Voltando no tempo, após Gutenberg inventar a prensa, foi possível nascer o jornalismo como o conhecemos hoje. Jornalistas sempre usaram Inteligência da Informação, pois vão atrás de dados e os organizam de maneira que seja interessante ao seu público, e os leitores / espectadores consigam entender a informação e a utilizar de alguma maneira. Saber que vai fazer frio me ajuda a escolher minha roupa, assim como entender se os juros vão subir ou baixar ajudam o empresariado a decidir se vai investir na produção ou deixar o dinheiro no banco.

Assim como a Assessoria de Imprensa que, desde seu início há décadas, utiliza técnicas para captura, catalogação, organização e análise de informações relevantes aos seus clientes por meio do chamado clipping ou monitoramento de imprensa. Sempre houve agências que fizeram clipping inteligente e outras nem tanto, pois somente encontrar as matérias que citam a empresa e enviar esse conteúdo ao cliente, não requer inteligência aplicada. Analisar as matérias, sinalizar pontos de atenção e recomendar ações, aí sim, é Inteligência da Informação (muito antes da existência da TI).

Com o advento das tecnologias digitais, em especial as que utilizam Inteligências Artificiais, as possibilidades de uso da Inteligência da Informação se multiplicaram exponencialmente.

É muito mais rápido a captura de dados e com poucas, ou nenhumas, barreiras em termos de geografia ou idioma. Os dados estão por aí em um enorme oceano online. Essa realidade gerou maravilhosas possibilidades, mas desafios gigantescos.

Quantas pessoas sofrem com excesso de informação (ou dados)? Somos inundados por eles desde que acordamos e nossos smartphones apitam com mensagens, áudios, vídeos, notificações e tudo o mais que pode nos beneficiar ou prejudicar. A grande sacada é saber selecionar e organizar essas informações. É basicamente um trabalho de curadoria (Mario Sérgio Cortella fala muito bem sobre isso).

Essa habilidade curadora serve tanto para pessoas físicas, quanto jurídicas.

Uma equipe aprimorada e eficiente de Inteligência da Informação sabe, antes de qualquer coisa, o que deve procurar, seja no digital ou em outras fontes. Se não tivermos bem definido o que queremos saber e acompanhar, não teremos um bom resultado.

Definido o que procurar, é necessário saber organizar e catalogar as informações para, posteriormente, entendê-las e tirar conclusões.

Dessa maneira, é possível prever riscos ou tendências ao se observar mudanças nas falas de “pessoas comuns” ou especialistas, enxergar oportunidades ao se entender os espaços deixados pela concorrência em temas relevantes e buscados pelos stakeholders, aprimorar planejamentos estratégicos ao se enxergar o cenário de forma ampla e, ao mesmo tempo, detalhada.

Voltando ao início, o fazer da Inteligência da Informação existe há séculos e, desde seu início, exigiu habilidades específicas e dedicação. O uso da palavra “inteligência” sempre coube muito bem. O que mudou recentemente foi o quanto essas técnicas puderam se aprimorar e trazer resultados mais completos e ágeis.

Ao mesmo tempo, entendo que as empresas que souberam se adaptar e serem sustentáveis por décadas, desde o início da Era Industrial, foram capazes de ler, entender e tomar decisões sobre as informações disponíveis em suas épocas. A evolução veio com as ferramentas disponíveis para isso, mas a capacidade em utilizá-las adequadamente para gerar valor às empresas é o que tem feito a diferença. Mais uma vez, é o ser humano, com sua incrível inteligência, que pode fazer a diferença.

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