É o sonho de muita gente (e organizações): tornar-se influenciador, ser ouvido e admirado. Possibilidade antes restrita a poucas pessoas, hoje está acessível a quase todos, basta ter algo para contar e encontrar um jeito “legal” para fazer isso.
Ou, não.
Há uma tendência de se chamar de influenciadores as pessoas com muitos seguidores nas mídias sociais digitais. Mas, ao se passar a régua, qual a influência que eles exercem mesmo?
Se pensarmos no básico, todos geramos influência nas pessoas ao nosso redor, sejam familiares, amigos ou colegas de trabalho. Cada qual possui um nível de influência que varia de assunto para assunto. Tenho um amigo que entende muito de esportes, então, quando ele fala sobre Jogos Olímpicos eu o levo bastante em consideração, porém, quando comenta sobre economia eu já não confio tanto na qualidade da informação.
É um influenciador sobre o assunto “esportes” para mim, em um dos meios no qual eu vivo.
Ao mesmo tempo, essa pessoa pode não ser tão influente sobre esportes em outros ambientes, como entre os próprios esportistas ou pessoas de outras faixas etárias que a minha.
Parece simples, não é?
É raríssimo alguém que seja realmente respeitado em todos os assuntos e por todos os grupos de pessoas (tribos, stakeholders, públicos de interesse ou como quiser chamar).
Quando se olha por este ângulo, é mais fácil perceber que não é necessário ter muitos seguidores no Facebook, mas sim um combinado de fatores para manter a capacidade de influenciar.
Esses tais influenciadores podem estar em qualquer local e não somente na internet. Estão dentro das empresas (existem influenciadores internos e são essenciais para um bom trabalho de engajamento), nas universidades, ONGs, imprensa e tantos outros ambientes quanto for específico o interesse em questão.
Trabalhar com influenciadores requer foco, critério, análise, dedicação e seriedade. O único objetivo de se relacionar com eles é obter alguma transformação, um resultado alinhado ao planejamento estratégico, seja aumento direto de vendas, ganhos de produtividade, redução de custos, mudança em política pública, e por aí vai.
É uma ação que foi banalizada nos últimos anos, mas observa-se que, quando feita sem o devido cuidado, resulta em gastos sem resultados sólidos.
Outro ponto que poucos se lembram é que mesmo os influenciadores são influenciados por outras pessoas, afinal, ninguém é uma ilha. Entender quem influenciam o influenciador pode ser ainda mais eficiente, apesar de, normalmente, mais complexo e delicado.
Resumo: a tecnologia não inventou os influenciadores, só deu mais poder de comunicação a todos. Relacionar-se com eles ainda requer técnica, cuidados e continuidade.