Não sei você, mas acredito que nunca falamos tanto sobre diversidade e inclusão, pelo menos na “bolha” em que vivo.
Pessoalmente, estou muito feliz por ter atuado este ano pela implementação do #EncontroLVBA para discutir temas de D&I na agência em que trabalho. Este passo inicial, mas fundamental, me faz querer continuar aprendendo cada vez mais. Assimilei muita coisa e aproveito para compartilhar algumas reflexões abaixo:
- Respeitar as diferenças sempre foi essencial.
E para além do ambiente de trabalho, cada pessoa pode e deve ler, ouvir e se colocar no lugar de quem é considerado diferente. Negar e evitar o assunto não é mais opção.
- Vivemos em sociedade. Quem não sabe conviver com o “diferente” deve mudar sua postura.
Ainda mais em espaços públicos (o próprio nome do espaço já diz que é para todo mundo). Uma pessoa com crenças, religião, identidade de gênero, orientação sexual, cultura e valores diferentes incomoda? Nesse caso, quem precisa se adequar não é quem incomoda.
- Mais do que nunca é necessário que marcas tenham um propósito claro, que suas ações sejam condizentes, visem um legado e sejam úteis para uma causa.
Aproveitar assuntos da vez, como por exemplo “Black Lives Matter”, para apoiar a causa com diversos posts nas mídias sociais, sendo que na empresa há mais profissionais brancos, não há profissionais negros em cargos de lideranças e há disparidade de salários entre executivos brancos e negros em cargos semelhantes, é tiro no pé. Melhor do que fingir apoio a uma causa é mudar os valores internos. Para só depois pensar em entrar no debate externamente.
- Os valores que temos e a nossa realidade de vida são nossas. Não representam o todo, nem são verdades absolutas.
Agora que compartilhei alguns aprendizados pessoais que servem para qualquer um dos pilares sobre diversidade e inclusão, seguem dicas de conteúdos que me ajudaram nesse começo de caminhada.
- Seja antirracista:
> Comece lendo esse manual de palavras racistas e as elimine do seu vocabulário AGORA!
> É sucesso de vendas, merecido. Pequeno Manual Antirracista da Djamila Ribeiro.
> Esse filme maravilhoso faz pensar MUITO sobre negritude e mais: “Emicida: Amarelo É tudo para ontem”.
- Linguagem inclusiva e neutra:
> Em dúvida se deve usar X, @ ou E? Primeiramente, use o bom senso. Não adianta embarcar “na onda” se sua empresa não é inclusiva internamente e seu público nem acordou para esse tema.
Quer apoiar essa causa? Em vez de alterar as letras finais das palavras, é possível tornar a sentença neutra. Mas, se optar pela linguagem inclusiva, use o E, pois é mais acessível para deficientes visuais.
Para entender melhor, confira o Manual Prático de Linguagem Inclusiva, criado pelo André Fisher.
- Sobre vícios:
Vício é doença, não frescura. A Parte 1 do episódio especial de Euphoria me fez pensar muito em como vemos e tratamos viciados em nossa sociedade. Você não precisa necessariamente ter assistido a primeira temporada para procurar o episódio completo desta obra prima (dica, tem na HBO GO).
Para finalizar, uma constatação que me doeu muito aceitar: nascemos e crescemos sim em uma sociedade que discrimina o que foge ao padrão estabelecido como aceitável ou correto. Então, ainda que não racional e intencionalmente, discriminamos o diferente com base em nossos valores e crenças.
O importante é reconhecer isso, aprender e evoluir. E, acima de tudo, esquecer em 2020 aquela famosa estrutura de sentença usada normalmente para tentar escapar de polêmicas dentro de qualquer tema de Diversidade e Inclusão: “Homofóbico, eu? Imagina, não sou homofóbico. Tenho até amigos que são gays”. Quem diz esse tipo de frase só confirma a acusação. Em vez de tentar se defender, peça desculpas imediatamente e procure, realmente, entender o que gerou o mal estar.
Considere o diferente, assimile, mude. Respeite e inclua. Construa pontes em vez de muros.
Ótimo 2021 para nós!