[:pb]Quando nos vemos em meio a um conflito com pessoas do nosso relacionamento, é natural esperarmos que as atitudes tomadas ao longo do convívio sejam levadas em consideração e contribuam para evitar grandes arranhões à relação. O universo corporativo não é distante disso. Em um momento de crise, situações adversas impactam a imagem institucional da companhia e a opinião dos principais stakeholders em relação à empresa pode ser preservada se houver uma espécie de colchão de reputação.
As companhias precisam investir em estratégias constantes de comunicação que dêem respaldo à reputação corporativa – e muito antes de qualquer sinal de tensão. Para neutralizar ou, pelo menos, amenizar o abalo causado por temas negativos, é preciso fomentar uma agenda positiva tanto na mídia quanto em encontros com públicos de interesse da empresa, com assuntos que reforcem mensagens essenciais para a sustentabilidade da empresa.
E não adianta pensar nisso apenas no olho do furacão. Um colchão de reputação é construído ao longo do tempo e avalizado periodicamente por clientes, funcionários, fornecedores, imprensa, comunidade, autoridades – enfim, públicos que, caso a estratégia seja robusta, podem se tornar até mesmo defensores da companhia ou apoiadores dos esforços para que a crise seja superada. No mínimo, não sairão em debandada geral e promoverão um linchamento público da empresa
Esse colchão pode ser construído, por exemplo, a partir de iniciativas de responsabilidade social bem consolidadas, que de fato integrem os valores corporativos e que tenham impacto prolongado para as comunidades em que a empresa está inserida. Ações voltadas para a promoção de cultura, esporte, educação e saúde, geridas com seriedade e comprometimento, são bem-vindas e podem ser exploradas pelas áreas de assessoria de imprensa, comunicação interna e externa sem grandes riscos – lembrando que não existe risco zero no mundo.
Outra possibilidade é a forma como a corporação se comunica em primeira pessoa, para além do que é veiculado no noticiário. Do chão de fábrica à diretoria executiva da companhia, do atendimento inicial até a presidência das empresas clientes ou fornecedoras, não importa: transparência e bom relacionamento continuam tendo peso de ouro e são o melhor termômetro de confiança que uma empresa pode ter. Promover encontros, criar ações que resgatem o orgulho dos colaboradores, mostrar quais decisões estão sendo tomadas para reverter o cenário são alguns dos exemplos de esforços que podem ser empreendidos.
É preciso frisar: essas iniciativas para manter uma boa reputação corporativa devem ser genuínas e longevas. Nada pior do que “forçar a barra” e vender uma agenda positiva emergencial que não tenha qualquer lastro. Ações paliativas são inerentes a uma gestão de crise, mas não podem virar muletas.[:]